José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922 — Lanzarote, 18 de Junho de 2010) foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.
Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.[1]
O seu livro Ensaio Sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador português António Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha.
Nasceu na província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi director do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.
* Os Poemas Possíveis, 1966 * Provavelmente Alegria, 1970 * O Ano de 1993, 1975
Crónica
* Deste Mundo e do Outro, 1971 * A Bagagem do Viajante, 1973 * As Opiniões que o DL teve, 1974 * Os Apontamentos, 1976
Diário
* Cadernos de Lanzarote I, 1994 * Cadernos de Lanzarote II, 1995 * Cadernos de Lanzarote III, 1996 * Cadernos de Lanzarote IV
Viagem
* Viagem a Portugal, 1981
Teatro
* A Noite, 1979 * Que Farei Com Este Livro?, 1980 * A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987 * In Nomine Dei, 1993
Conto
* Objecto Quase, 1978 * Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido, 1979
Romance
* Manual de Pintura e Caligrafia, 1977 * Levantado do Chão, 1980 * Memorial do Convento, 1982 * O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984 * A Jangada de Pedra, 1986 * História do Cerco de Lisboa, 1989 * O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991 * Ensaio sobre a Cegueira, 1995 * Terra do Pecado * Todos os Nomes
As obras de José Saramago encontram-se publicadas nos seguintes países: Espanha (Castelhano e Catalão), França, Itália, Reino Unido, Holanda, Alemanha (Edições na RDA e na RFA), Grécia , Brasil, Bulgária, Polónia, Cuba, União Soviética (Russo), Checoslováquia (Checo e Eslovaco), Dinamarca, Israel, Noruega, Roménia, Suécia, Finlândia, Estados Unidos, Japão, Hungria, Suíça, Argentina, Colômbia, México. O seu romance "Memorial do Convento" foi adaptado para a Ópera pelo compositor italiano Azio Corghi, com o título "Blimunda". A peça de teatro "In Nomine Dei" foi adaptada para a Ópera por Azio Corghi, com o título "Divara".
Quem foi Lewis Carroll? Se me pedissem para definir Lewis Carroll numa só frase diria:
Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido como Lewis Carroll, nasceu em Inglaterra em 1832, foi matemático, lógico, fotógrafo e romancista sendo reconhecido como tal após o seu sucesso com "Alice no País das Maravilhas", faleceu em 1898.
Mas, uma frase é muito pouco para falar sobre Lewis Carroll e todo o trabalho que desenvolveu ao longo dos seus 66 anos de vida.
Charles L. Dodgson nasceu em Daresbury, no dia 27 de Janeiro de 1932.
O pai - Reverendo Charles Dodgson - era pastor protestante e deu ao filho uma educação religiosa, preparando-o para uma carreira também religiosa. No entanto, Charles Dodgson ingressou na Universidade de Oxford e, em 1855, foi convidado para aí permanecer como professor de Matemática. Leccionou em Oxford até 1881.
Apesar dos seus primeiros livros abordarem temas de Geometria e Álgebra, foi como lógico que Dodgson se destacou. O seu interesse pela lógica matemática e pelos jogos capazes de testar a razão, levou-o a publicar diversos livros sobre lógica entre os quais se destacam The Game of Logic (1887) e Symbolic Logic (1896).
Enquanto professor em Oxford, conheceu aquele que viria a ser o seu grande amigo, Henry Liddell, pai de 3 meninas - Alice, Lorina e Edite - a primeira das quais viria a ser a fonte de inspiração para o seu primeiro grande romance publicado em 1865: Alice in Wonderland.
C. Dodgson adopta então o pseudónimo de Lewis Carroll para as obras literárias, reservando o seu verdadeiro nome para as obras científicas. Após o sucesso de Alice in Wonderland, escreveu Through de Looking Glass (1871) que alcançou tanto sucesso como o primeiro. Seguiram-se-lhe: The Hunting of Snark (1876) uma poesia plena de nonsense que fascinou a crítica e Sylvie and Bruno (1889).
A partir de 1850, Lewis Carroll destacou-se também como fotógrafo tendo-se especializado em 2 tipos de fotografia: retratos de pessoas importantes da época (artistas, escritores, poetas, religiosos, cientistas, professores, etc.) e crianças (em geral, raparigas com idades entre os 8 e os 12 anos).
Charles Dodgson foi um dos mais distintos professores de Lógica da Universidade de Oxford. Escreveu diversos livros, panfletos e pequenos textos para estudantes sobre Matemática e Lógica dos quais se destacam:
*
A Syllabus of Plane Algebraic Geometry (1860) *
The Fifth Book of Euclid Treated Algebraically (1865/1868) *
An Elementary Treatise on Determinants (1867) *
Some Popular Fallacies about Vivesection (1875) *
Euclid and His Modern Rivals (1879) *
A Tangled Tale (1885) *
The Game of Logic (1887) *
Curiosa Mathematica, (1888) *
Pillow Problems (1893) *
Symbolic Logic (1896)
Em 1895, publicou na revista "Mind" aquele que viria a ser conhecido como "O Paradoxo de Carroll" - What the Tortoise said to Achilles.
Um dos traços característicos da lógica de Charles Dodgson é o poder de forçar as leis da lógica, explorar os limites da linguagem simbólica, mostrar os limites das formulações, no fundo, revelar o nonsense que pode estar escondido sob a aparência da correcção formal.
Seguem-se dois exemplos:Um dos traços característicos da lógica de Charles Dodgson é o poder de forçar as leis da lógica, explorar os limites da linguagem simbólica, mostrar os limites das formulações, no fundo, revelar o nonsense que pode estar escondido sob a aparência da correcção formal.
Seguem-se dois exemplos: Trios de proposições propostas como silogismos :
1. Os Dicionários são úteis; Livros úteis são valiosos. Os Dicionários são valiosos.
Esta dedução está certa!
2. O açúcar é doce; O sal não é doce. O sal não é açúcar.
Esta dedução está incompleta! Está omitido o facto do açúcar não ser sal.
3. Alguns leões são ferozes; Alguns leões não bebem café. Algumas criaturas que bebem café não são ferozes
Esta dedução está errada! A certa seria: Algumas criaturas ferozes não bebem café. Das dez frases seguintes, deduza a única solução a que elas conduzem:
1. Os únicos animais que existem nesta casa são gatos;
2. Todo o animal que é de estimação gosta de contemplar a Lua;
3. Quando detesto um animal, evito-o;
4. Nenhum animal é carnívoro, a não ser que vagueiem durante a noite;
5. Nenhum gato deixa de matar ratos;
6. Nunca nenhum animal falou comigo, excepto quando estão nesta casa;
7. Os cangurus não são animais de estimação;
8. Apenas os animais carnívoros matam ratos;
9. Eu detesto animais que não me falem;
10. Os animais que vagueiam durante a noite gostam sempre de contemplar a Lua.
Represente cada uma das categorias de animais mencionadas por uma letra:
h -> animais que existem nesta casa c -> gatos p -> animais de estimação g -> animais que gostam da contemplar a Lua d -> animais que detesto a -> animais que evito v -> animais carnívoros n -> animais que vagueiam durante a noite m -> caçadores de ratos t -> animais que falam comigo k -> cangurus
As dez frases dadas podem agora ser representadas simbolicamente, recorrendo à sua estrutura lógica.
Onde p => q tem o significado da relação "se p, então q" e ~p significa "não p". Deste modo, a frase 9. ~t => d, quer dizer "se os animais não falam comigo então eu detesto-os". Ao ligar as dez frases numa cadeia de implicações, resulta:
~a => ~d => t => h => c => m => v => n => g => p => ~k
então ~a => ~k o que é equivalente a k => a o que, em linguagem corrente, quer dizer: eu evito cangurus.
Ao que parece Dodgson sofria de insónias e durante as longas noites em que não conseguia dormir, entretinha-se a formular problemas lógicos divertidos,construir jogos de palavras e adivinhas.
Aqui ficam três exemplos retirados do livro de Martin Gardner: The Universe in a Handkercheif, Lewis Carroll's Mathematical Recreations, Games, Puzzles, and Word Plays.
Qual dos relógios regista o tempo mais fielmente? Um que se atrasa um minuto por dia ou um que não funciona?
Solução
O relógio que se atrasa um minuto por dia dá a hora exacta de dois em dois anos, pois como se atrasa um minuto por dia só voltará a estar certo depois de se atrasar doze horas, o que só acontece ao fim de 720 dias.
O relógio que está parado está certo duas vezes em cada vinte e quatro horas.
Por isso o relógio que melhor regista o tempo é o que está parado.
Como surgiu a Alice? Charles Dodgson, ou melhor, Lewis Carroll já que estamos a falar da sua faceta de romancista, era um homem tímido, introvertido e conservador. Gostava imenso de crianças e de lhes contar histórias.
No dia 4 de Julho de 1862, convidou as três filhas do seu amigo Liddell - Alice, Lorina e Edite - para um passeio de barco no rio. Durante o passeio, como já era hábito sempre que estavam na companhia de Lewis, as três meninas pediram para que lhes contasse uma história muito divertida. Lewis começou a contar a história à medida que ia remando ao longo do rio. Fez três tentativas para que a história terminasse mas as meninas não o permitiram e iam pedindo para que continuasse. Quando a história terminou já passava das oito da noite e com ela findou também o passeio de barco dos quatro amigos.
Antes de se deitar, nessa mesma noite, Lewis escreveu toda a história tal como a tinha contado a Alice e às suas irmãs. Chamou-lhe Alice Debaixo da Terra. Só dois anos mais tarde, em 1864, é que a tornou a ler. Acrescentou-lhe então algumas personagens, acrescentou alguns capítulos (a história ficou com, sensivelmente, o dobro das páginas) e alterou o título para Alice no País das Maravilhas. O livro foi editado, no ano seguinte, em 1865. Seguiu-se-lhe, seis anos mais tarde, Alice do outro Lado do Espelho, em 1871.
Quem lê estes dois livros maravilhosos e descobre todo aquele mundo de aventuras fantásticas e personagens mirabolantes, livros onde tudo parece governado pelo acaso e criado ao sabor da imaginação de Lewis Carroll, desengane-se. Muitas das personagens e situações dos livros foram inspirados em pessoas e factos reais pertencentes do quotidiano de Lewis e da comunidade onde viveu.
A começar pela própria Alice... Foi Alice Liddell, a filha do seu amigo Liddell, que inspirou Lewis para dar vida à pequena Alice. No entanto, apesar da proximidade entre ambas, não há registos das reacções da verdadeira Alice aos dois romances que Carroll escreveu. Talvez porque as diferenças entre ambas eram também evidentes: Alice Liddell era uma rapariga morena, banal e insípida, ao contrário da Alice de Lewis que era loira, esperta e espevitada.
Também a nogueira onde aparece o Gato de Cheshire, o gato que está sempre a rir, ainda hoje pode ser vista no jardim do Colégio de Deanery... E, na Catedral de Ripon, onde o pai de Lewis exercia funções de reverendo, existe talhada em madeira uma imagem de um grifo que serviu de inspiração para o Grifo amigo da Falsa Tartaruga, grifo que é também o símbolo do " Trinity College".
Os poemas e os versos que Alice recita, e que parecem não ter sentido nenhum, são sátiras aos poemas enfadonhos que as crianças inglesas daquela época tinham que saber de cor.
Quanto ao poema que Alice descobre no Livro do Espelho, e que só se consegue ler quando está reflectido no espelho porque está escrito ao contrário, foi na realidade escrito pelo sobrinho de Lewis, Stuart Dodgson Collingwood.
Também o dia do Lanche Maluco não é uma data ao acaso mas sim o verdadeiro dia de aniversário de Alice Liddell, 4 de Maio.
A história que o Chapeleiro e a Lebre de Março contam a Alice sobre as três irmãs que vivem num poço de mel - Elsie , Lacie e Tillie - refere-se às três irmãs Liddell, respectivamente, Lorina, Edite e, claro está, Alice.
A Porta que Alice ordena ao criado Rã que abra, é a caricatura da porta Norman da sacristia da Igreja onde o pai de Lewis Carroll era Reverendo.
O Capítulo sobre o Leão e o Unicórnio é inspirado nos símbolos das bandeiras de Inglaterra e Escócia, respectivamente.
Lewis aproveitou as características mais marcantes de alguns dos seus colegas na Universidade de Oxford e utilizou-as na caracterização de algumas das personagens dos seus livros:
*
professores que dão conselhos filosofais a Alice, tal a Lagarta o seu colega Duckworth que inspira Lewis no desenho do Pato
Professores que tal como Humpty Dumpty seriam capazes de discutir, com Alice, questões de semânticaO próprio muro onde Humpty Dumpty se balançava é uma caricatura dos muros da Universidade Oxford.
Na beira do Lago, onde Lewis e as três irmãs passeavam de barco, existiam de facto algumas cobras que inspiraram Lewis na história do Pai Guilherme que equilibrava uma cobra no nariz. As três crianças tinham também, dias antes, assistido a uma actuação de equilibristas e acrobatas que estava de passagem por aquela região.
Quer tudo isto seja ou não pura coincidência, o certo é que as aventuras e peripécias de Alice continuam a encantar os seus leitores, jovens e adultos, tal como naquela tarde soalheira de domingo, encantaram as meninas Liddell. Aliás, os livros foram publicados, sem existir indicação de se eram para crianças ou para adultos. Quem os lê, independentemente da idade, fica fascinado com tanta loucura e disparate.
O êxito de Alice foi tal que a verdadeira Rainha - não a de Copas, mas a Rainha Vitória - chamou Lewis Carroll à sua presença dizendo-lhe que tinha adorado o livro. E perguntou:
- O Sr. já escreveu mais algum livro?
- Já, Majestade. Já escrevi mais alguns além deste!
- Quero lê-los todos! Mande-me um exemplar de cada!
No dia seguinte, chegavam à presença de sua Majestade, a Rainha Vitória, todos os tratados matemáticos escritos por Charles Dodgson (Lewis Carroll).
José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922 — Lanzarote, 18 de Junho de 2010) foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.
ResponderExcluirFoi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.[1]
O seu livro Ensaio Sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador português António Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha.
Nasceu na província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi director do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.
Poesia
ResponderExcluir* Os Poemas Possíveis, 1966
* Provavelmente Alegria, 1970
* O Ano de 1993, 1975
Crónica
* Deste Mundo e do Outro, 1971
* A Bagagem do Viajante, 1973
* As Opiniões que o DL teve, 1974
* Os Apontamentos, 1976
Diário
* Cadernos de Lanzarote I, 1994
* Cadernos de Lanzarote II, 1995
* Cadernos de Lanzarote III, 1996
* Cadernos de Lanzarote IV
Viagem
* Viagem a Portugal, 1981
Teatro
* A Noite, 1979
* Que Farei Com Este Livro?, 1980
* A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987
* In Nomine Dei, 1993
Conto
* Objecto Quase, 1978
* Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido, 1979
Romance
* Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
* Levantado do Chão, 1980
* Memorial do Convento, 1982
* O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
* A Jangada de Pedra, 1986
* História do Cerco de Lisboa, 1989
* O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
* Ensaio sobre a Cegueira, 1995
* Terra do Pecado
* Todos os Nomes
As obras de José Saramago encontram-se publicadas nos seguintes países: Espanha (Castelhano e Catalão), França, Itália, Reino Unido, Holanda, Alemanha (Edições na RDA e na RFA), Grécia , Brasil, Bulgária, Polónia, Cuba, União Soviética (Russo), Checoslováquia (Checo e Eslovaco), Dinamarca, Israel, Noruega, Roménia, Suécia, Finlândia, Estados Unidos, Japão, Hungria, Suíça, Argentina, Colômbia, México.
O seu romance "Memorial do Convento" foi adaptado para a Ópera pelo compositor italiano Azio Corghi, com o título "Blimunda".
A peça de teatro "In Nomine Dei" foi adaptada para a Ópera por Azio Corghi, com o título "Divara".
Quem foi Lewis Carroll?
ResponderExcluirSe me pedissem para definir Lewis Carroll numa só frase diria:
Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido como Lewis Carroll, nasceu em Inglaterra em 1832, foi matemático, lógico, fotógrafo e romancista sendo reconhecido como tal após o seu sucesso com "Alice no País das Maravilhas", faleceu em 1898.
Mas, uma frase é muito pouco para falar sobre Lewis Carroll e todo o trabalho que desenvolveu ao longo dos seus 66 anos de vida.
Charles L. Dodgson nasceu em Daresbury, no dia 27 de Janeiro de 1932.
O pai - Reverendo Charles Dodgson - era pastor protestante e deu ao filho uma educação religiosa, preparando-o para uma carreira também religiosa. No entanto, Charles Dodgson ingressou na Universidade de Oxford e, em 1855, foi convidado para aí permanecer como professor de Matemática. Leccionou em Oxford até 1881.
Apesar dos seus primeiros livros abordarem temas de Geometria e Álgebra, foi como lógico que Dodgson se destacou. O seu interesse pela lógica matemática e pelos jogos capazes de testar a razão, levou-o a publicar diversos livros sobre lógica entre os quais se destacam The Game of Logic (1887) e Symbolic Logic (1896).
Enquanto professor em Oxford, conheceu aquele que viria a ser o seu grande amigo, Henry Liddell, pai de 3 meninas - Alice, Lorina e Edite - a primeira das quais viria a ser a fonte de inspiração para o seu primeiro grande romance publicado em 1865: Alice in Wonderland.
ResponderExcluirC. Dodgson adopta então o pseudónimo de Lewis Carroll para as obras literárias, reservando o seu verdadeiro nome para as obras científicas. Após o sucesso de Alice in Wonderland, escreveu Through de Looking Glass (1871) que alcançou tanto sucesso como o primeiro. Seguiram-se-lhe: The Hunting of Snark (1876) uma poesia plena de nonsense que fascinou a crítica e Sylvie and Bruno (1889).
A partir de 1850, Lewis Carroll destacou-se também como fotógrafo tendo-se especializado em 2 tipos de fotografia: retratos de pessoas importantes da época (artistas, escritores, poetas, religiosos, cientistas, professores, etc.) e crianças (em geral, raparigas com idades entre os 8 e os 12 anos).
Charles Dodgson foi um dos mais distintos professores de Lógica da Universidade de Oxford. Escreveu diversos livros, panfletos e pequenos textos para estudantes sobre Matemática e Lógica dos quais se destacam:
ResponderExcluir*
A Syllabus of Plane Algebraic Geometry (1860)
*
The Fifth Book of Euclid Treated Algebraically (1865/1868)
*
An Elementary Treatise on Determinants (1867)
*
Some Popular Fallacies about Vivesection (1875)
*
Euclid and His Modern Rivals (1879)
*
A Tangled Tale (1885)
*
The Game of Logic (1887)
*
Curiosa Mathematica, (1888)
*
Pillow Problems (1893)
*
Symbolic Logic (1896)
Em 1895, publicou na revista "Mind" aquele que viria a ser conhecido como "O Paradoxo de Carroll" - What the Tortoise said to Achilles.
Um dos traços característicos da lógica de Charles Dodgson é o poder de forçar as leis da lógica, explorar os limites da linguagem simbólica, mostrar os limites das formulações, no fundo, revelar o nonsense que pode estar escondido sob a aparência da correcção formal.
ResponderExcluirSeguem-se dois exemplos:Um dos traços característicos da lógica de Charles Dodgson é o poder de forçar as leis da lógica, explorar os limites da linguagem simbólica, mostrar os limites das formulações, no fundo, revelar o nonsense que pode estar escondido sob a aparência da correcção formal.
Seguem-se dois exemplos:
Trios de proposições propostas como silogismos :
1. Os Dicionários são úteis; Livros úteis são valiosos. Os Dicionários são valiosos.
Esta dedução está certa!
2. O açúcar é doce; O sal não é doce. O sal não é açúcar.
Esta dedução está incompleta! Está omitido o facto do açúcar não ser sal.
3. Alguns leões são ferozes; Alguns leões não bebem café. Algumas criaturas que bebem café não são ferozes
Esta dedução está errada! A certa seria: Algumas criaturas ferozes não bebem café.
ResponderExcluirDas dez frases seguintes, deduza a única solução a que elas conduzem:
1. Os únicos animais que existem nesta casa são gatos;
2. Todo o animal que é de estimação gosta de contemplar a Lua;
3. Quando detesto um animal, evito-o;
4. Nenhum animal é carnívoro, a não ser que vagueiem durante a noite;
5. Nenhum gato deixa de matar ratos;
6. Nunca nenhum animal falou comigo, excepto quando estão nesta casa;
7. Os cangurus não são animais de estimação;
8. Apenas os animais carnívoros matam ratos;
9. Eu detesto animais que não me falem;
10. Os animais que vagueiam durante a noite gostam sempre de contemplar a Lua.
Solução:
ResponderExcluirRepresente cada uma das categorias de animais mencionadas por uma letra:
h -> animais que existem nesta casa
c -> gatos
p -> animais de estimação
g -> animais que gostam da contemplar a Lua
d -> animais que detesto
a -> animais que evito
v -> animais carnívoros
n -> animais que vagueiam durante a noite
m -> caçadores de ratos
t -> animais que falam comigo
k -> cangurus
As dez frases dadas podem agora ser representadas simbolicamente, recorrendo à sua estrutura lógica.
1. h => c
2. g => p
3. d => a o que é equivalente a ~a => ~d
4. v => n
5. c => m
6. t => h
7. k => ~p o que é equivalente a p => ~k
8. m => v
9. ~t => d o que é equivalente a ~d => t
10. n => g
Onde p => q tem o significado da relação "se p, então q" e ~p significa "não p".
ResponderExcluirDeste modo, a frase 9. ~t => d, quer dizer "se os animais não falam comigo então eu detesto-os".
Ao ligar as dez frases numa cadeia de implicações, resulta:
~a => ~d => t => h => c => m => v => n => g => p => ~k
então ~a => ~k o que é equivalente a k => a o que, em linguagem corrente, quer dizer: eu evito cangurus.
Ao que parece Dodgson sofria de insónias e durante as longas noites em que não conseguia dormir, entretinha-se a formular problemas lógicos divertidos,construir jogos de palavras e adivinhas.
Aqui ficam três exemplos retirados do livro de Martin Gardner: The Universe in a Handkercheif, Lewis Carroll's Mathematical Recreations, Games, Puzzles, and Word Plays.
Os Relógios Loucos de Carroll
ResponderExcluirQual dos relógios regista o tempo mais fielmente? Um que se atrasa um minuto por dia ou um que não funciona?
Solução
O relógio que se atrasa um minuto por dia dá a hora exacta de dois em dois anos, pois como se atrasa um minuto por dia só voltará a estar certo depois de se atrasar doze horas, o que só acontece ao fim de 720 dias.
O relógio que está parado está certo duas vezes em cada vinte e quatro horas.
Por isso o relógio que melhor regista o tempo é o que está parado.
2. Qual o Tipo de Caixa?
ResponderExcluirJohn gave his brother James a box:
About it there were many locks.
James woke and said it gave him pain;
So gave it back to John again.
The box was not with lid supplied,
Yet caused two lids to open wide;
And all these locks had never a key-
What kind of box, then, could it be?
Solução: John gave James a box on the head.
3. Uma Palavra
Construa uma palavra com estas letras: NOR DO WE
Solução: ONE WORD
Como surgiu a Alice?
ResponderExcluirCharles Dodgson, ou melhor, Lewis Carroll já que estamos a falar da sua faceta de romancista, era um homem tímido, introvertido e conservador. Gostava imenso de crianças e de lhes contar histórias.
No dia 4 de Julho de 1862, convidou as três filhas do seu amigo Liddell - Alice, Lorina e Edite - para um passeio de barco no rio. Durante o passeio, como já era hábito sempre que estavam na companhia de Lewis, as três meninas pediram para que lhes contasse uma história muito divertida. Lewis começou a contar a história à medida que ia remando ao longo do rio. Fez três tentativas para que a história terminasse mas as meninas não o permitiram e iam pedindo para que continuasse. Quando a história terminou já passava das oito da noite e com ela findou também o passeio de barco dos quatro amigos.
Antes de se deitar, nessa mesma noite, Lewis escreveu toda a história tal como a tinha contado a Alice e às suas irmãs. Chamou-lhe Alice Debaixo da Terra. Só dois anos mais tarde, em 1864, é que a tornou a ler. Acrescentou-lhe então algumas personagens, acrescentou alguns capítulos (a história ficou com, sensivelmente, o dobro das páginas) e alterou o título para Alice no País das Maravilhas. O livro foi editado, no ano seguinte, em 1865. Seguiu-se-lhe, seis anos mais tarde, Alice do outro Lado do Espelho, em 1871.
Quem lê estes dois livros maravilhosos e descobre todo aquele mundo de aventuras fantásticas e personagens mirabolantes, livros onde tudo parece governado pelo acaso e criado ao sabor da imaginação de Lewis Carroll, desengane-se. Muitas das personagens e situações dos livros foram inspirados em pessoas e factos reais pertencentes do quotidiano de Lewis e da comunidade onde viveu.
ResponderExcluirA começar pela própria Alice...
ResponderExcluirFoi Alice Liddell, a filha do seu amigo Liddell, que inspirou Lewis para dar vida à pequena Alice. No entanto, apesar da proximidade entre ambas, não há registos das reacções da verdadeira Alice aos dois romances que Carroll escreveu. Talvez porque as diferenças entre ambas eram também evidentes: Alice Liddell era uma rapariga morena, banal e insípida, ao contrário da Alice de Lewis que era loira, esperta e espevitada.
Também a nogueira onde aparece o Gato de Cheshire, o gato que está sempre a rir, ainda hoje pode ser vista no jardim do Colégio de Deanery... E, na Catedral de Ripon, onde o pai de Lewis exercia funções de reverendo, existe talhada em madeira uma imagem de um grifo que serviu de inspiração para o Grifo amigo da Falsa Tartaruga, grifo que é também o símbolo do " Trinity College".
ResponderExcluirOs poemas e os versos que Alice recita, e que parecem não ter sentido nenhum, são sátiras aos poemas enfadonhos que as crianças inglesas daquela época tinham que saber de cor.
ResponderExcluirQuanto ao poema que Alice descobre no Livro do Espelho, e que só se consegue ler quando está reflectido no espelho porque está escrito ao contrário, foi na realidade escrito pelo sobrinho de Lewis, Stuart Dodgson Collingwood.
Também o dia do Lanche Maluco não é uma data ao acaso mas sim o verdadeiro dia de aniversário de Alice Liddell, 4 de Maio.
ResponderExcluirA história que o Chapeleiro e a Lebre de Março contam a Alice sobre as três irmãs que vivem num poço de mel - Elsie , Lacie e Tillie - refere-se às três irmãs Liddell, respectivamente, Lorina, Edite e, claro está, Alice.
A Porta que Alice ordena ao criado Rã que abra, é a caricatura da porta Norman da sacristia da Igreja onde o pai de Lewis Carroll era Reverendo.
O Capítulo sobre o Leão e o Unicórnio é inspirado nos símbolos das bandeiras de Inglaterra e Escócia, respectivamente.
ResponderExcluirLewis aproveitou as características mais marcantes de alguns dos seus colegas na Universidade de Oxford e utilizou-as na caracterização de algumas das personagens dos seus livros:
*
professores que dão conselhos filosofais a Alice, tal a Lagarta o seu colega Duckworth que inspira Lewis no desenho do Pato
Professores que tal como Humpty Dumpty seriam capazes de discutir, com Alice, questões de semânticaO próprio muro onde Humpty Dumpty se balançava é uma caricatura dos muros da Universidade Oxford.
ResponderExcluirNa beira do Lago, onde Lewis e as três irmãs passeavam de barco, existiam de facto algumas cobras que inspiraram Lewis na história do Pai Guilherme que equilibrava uma cobra no nariz. As três crianças tinham também, dias antes, assistido a uma actuação de equilibristas e acrobatas que estava de passagem por aquela região.
Quer tudo isto seja ou não pura coincidência, o certo é que as aventuras e peripécias de Alice continuam a encantar os seus leitores, jovens e adultos, tal como naquela tarde soalheira de domingo, encantaram as meninas Liddell. Aliás, os livros foram publicados, sem existir indicação de se eram para crianças ou para adultos. Quem os lê, independentemente da idade, fica fascinado com tanta loucura e disparate.
ResponderExcluirO êxito de Alice foi tal que a verdadeira Rainha - não a de Copas, mas a Rainha Vitória - chamou Lewis Carroll à sua presença dizendo-lhe que tinha adorado o livro. E perguntou:
ResponderExcluir- O Sr. já escreveu mais algum livro?
- Já, Majestade. Já escrevi mais alguns além deste!
- Quero lê-los todos! Mande-me um exemplar de cada!
No dia seguinte, chegavam à presença de sua Majestade, a Rainha Vitória, todos os tratados matemáticos escritos por Charles Dodgson (Lewis Carroll).