A Poesia deixou minha casa
Foi-se brava porta a fora
Saiu depressa e zangada
Dizendo já vou embora
Vou cantar novas canções
Encantar mil corações
Que esperam por mim agora
Ela que morou comigo
Que foi minha companheira
Em noites de grande alegria
Sempre bela e faceira
Quis trilhar novos caminhos
Quis sentir outros carinhos
Viver de outra maneira
Foi um baque para mim
Suportar tanta maldade
Com esta separação
Quase morro de saudade
Mas segurei esta barra
Com força e garra
Que guardo no coração
Soube por outras pessoas
Os lugares que ela visitou
Transpôs rios e florestas
Até oceanos cruzou
Morou em várias cidades
Com gente de toda idade
Levando a vida em festa
Fez de tudo que queria
Amou e se fez amada
Abusou da imaginação
Como uma diva inspirada
Teve príncipes encantados
Cavaleiros e soldados
Morando em seu coração
Agora diz quer voltar
Quer reatar a parceria
Que um dia abandonou
E me enche de alegria
Pois amo sua presença
E volta com minha licença
Pro lugar que ocupou
Mas como é de costume
Com gente de altivez
Sei que um dia qualquer
Que acabar a inspiração
Ela faz o que fez agora
E se manda porta fora
Pra retornar outra vez
"Cordel" de Hamilton Santos (Recanto das Letras)
Bem, parece que desta vez poderemos retomar, o que me enche de alegria e satisfação.
ResponderExcluirE quis reiniciar com esta poesia que fala justamente sobre a volta... da poesia!!
Estão todos convidados a participarem, novamente, desta "aventura literária" onde buscamos incentivar o gosto pela leitura.
Beijos a todos.
Que bom! Estamos de volta, estava triste sem o nosso blog.
ResponderExcluirOntem li o dia inteiro e estou adorando 1808 de Laurentino Gomes.
Precisamos marcar o dia para discutirmos esse livro.
Marcia essa poesia é linda e espero que nunca poesia vá mais embora das nossas casas.
bjs. Me