quarta-feira, abril 18, 2012


Uma parte de mim é todo mundo:
outra parte é ninguém
mundo sem fundo.

Uma parte de mim é multidão:
outra parte estranheza e
solidão

Uma parte de mim pesa,
pondera:
outra parte delira

Uma parte de mim é permanente:
outra parte se sabe
de repente

Uma parte de mim é só vertigem:
outra parte linguagem

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão de vida ou morte -
será arte?


(Ferreira Gullar)

5 comentários:

  1. Eternamente uma parte de mim é dúvida e outra nenhuma certeza... Eternamente não saberemos as questões de nossas vidas......

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  2. Melzinhaaaa... você conseguiu postar!!! Que alegriaaaa...

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  3. "Gullar é um dos sobrenomes de minha mãe, o nome dela é Alzira Ribeiro Goulart, e Ferreira é o sobrenome da família, eu então me chamo José Airton Dalass Coteg Sousa Ribeiro Dasciqunta Ribamar Ferreira; mas como todo mundo no Maranhão é Ribamar, eu decidi mudar meu nome e fiz isso, usei o Ferreira que é do meu pai e o Gullar que é de minha mãe, só que eu mudei a grafia porque o Gullar de minha mãe é o Goulart francês; é um nome inventado, como a vida é inventada eu inventei o meu nome".

    Poesia

    Um pouco acima do chão, 1949
    A luta corporal, 1954
    Poemas, 1958
    João Boa-Morte, cabra marcado para morrer (cordel), 1962
    Quem matou Aparecida? (cordel), 1962
    A luta corporal e novos poemas, 1966
    História de um valente, (cordel; na clandestinidade, como João Salgueiro), 1966
    Por você por mim, 1968
    Dentro da noite veloz, 1975
    Poema sujo, (onde localiza-se a letra de Trenzinho do Caipira) 1976
    Na vertigem do dia, 1980
    Crime na flora ou Ordem e progresso, 1986
    Barulhos, 1987
    O formigueiro, 1991
    Muitas vozes, 1999
    Um gato chamado gatinho, 2005
    Em alguma parte alguma, 2010

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferreira_Gullar

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  4. Antologias

    Antologia poética, 1977
    Toda poesia, 1980
    Ferreira Gullar - seleção de Beth Brait, 1981
    Os melhores poemas de Ferreira Gullar - seleção de Alfredo Bosi, 1983
    Poemas escolhidos, 1989

    Contos e crônicas

    Gamação, 1996
    Cidades inventadas, 1997
    Resmungos, 2007

    Teatro

    Um rubi no umbigo, 1979

    Crônicas

    A estranha vida banal, 1989
    O menino e o arco-íris, 2001

    Memórias

    Rabo de foguete - Os anos de exílio, 1998

    Biografia

    Nise da Silveira: uma psiquiatra rebelde, 1996

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  5. Ensaios

    Teoria do não-objeto, 1959
    Cultura posta em questão, 1965
    Vanguarda e subdesenvolvimento, 1969
    Augusto do Anjos ou Vida e morte nordestina, 1977
    Tentativa de compreensão: arte concreta, arte neoconcreta - Uma contribuição brasileira, 1977
    Uma luz no chão, 1978
    Sobre arte, 1983
    Etapas da arte contemporânea: do cubismo à arte neoconcreta, 1985
    Indagações de hoje, 1989
    Argumentação contra a morte da arte, 1993
    O Grupo Frente e a reação neoconcreta, 1998
    Cultura posta em questão/Vanguarda e subdesenvolvimento, 2002
    Rembrandt, 2002
    Relâmpagos, 2003

    Televisão

    Araponga - 1990/1991 (Rede Globo) - colaborador
    Dona Flor e Seus Dois Maridos - 1998 (Rede Globo) - colaborador
    Irmãos Coragem - 1995 (Rede Globo) - colaborador

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferreira_Gullar

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